A sabedoria Africana

A sabedoria Africana

A sabedoria Africana 1024 732 Marcos Passos

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Foram vários os povos que vieram para colonizar o Brasil, e como já disse no meu primeiro texto publicado no site – “A identidade do brasileiro” – o negro não foi apenas um escravo. Os negros foram construtores, levantaram no braço o nosso país. É motivo de muito orgulho o que eles fizeram, e também, de muita tristeza as condições como tudo isso foi feito. Porém, o que foco agora é o lado positivo. E devemos ter orgulho de um povo que mesmo castigado, manteve-se forte e construtor. E não apenas braçal, porque a filosofia africana é autêntica e exemplar. O povo precisa resgatar o que tem de melhor e que poderá nos fazer melhor, como indivíduo e como nação.
Guerreiro.jpg Ilustração: Rogério Rocha (@gentilpirado)
A tribo Zulu, povo da região da África do Sul, eles costumam usar duas palavras para saudar uns aos outros para fortalecerem os relacionamentos, que são “SAWABONA SHIKOBA”. “SAWABONA” é um cumprimento que quer dizer: “Eu te respeito, eu te valorizo. Você é importante pra mim” e em resposta as pessoas dizem “SHIKOBA” que é “Então, eu existo pra você”. Sempre que alguém na tribo faz algo errado ou prejudicial, eles fazem uma roda em volta da pessoa e começam a dizer a ela tudo o que ele ou ela fizeram de bom. Pra reavivar o bem, para que essa pessoa possa voltar a viver harmoniosamente com todos. Eles enxergam o erro das pessoas como um pedido de socorro. Pra eles as pessoas podem até ter atitudes ruins, mas nunca devem ser condenadas como se fossem um erro irreparável.
Em essência nós não nascemos exalando amor, nós aprendemos a amar, nós cultivamos o amor ao longo da vida. Da mesma forma que alguém planta uma semente. E procura saber se a planta aceita o solo que foi colocada, procura saber a necessidade que a planta tem, se precisa de água todos os dias ou não. É o que devemos fazer com as pessoas a nossa volta, buscar conhecer e saber quem elas são, o que elas precisam. Conhecer e entender as pessoas evita aborrecimentos. E pode criar empatia. É extremamente negativo tentar deduzir o que poderia ser bom para quem não conhecemos, afinal, cada um tem um jeito de viver e reagir diante das situações que as rodeiam. E uma coisa é certa, sempre que agem com amor em uma situação de conflito é difícil alguém devolver com descaso. O amor quando compartilhado contagia.
Infelizmente, o que as pessoas mais tem feito ultimamente é criticar, criando barreiras nos relacionamentos. É impossível declara paz ditando guerra, querendo brigar, discutindo sem pronunciar uma só palavra de paz. É preciso atitudes pacificadoras, como dar um simples abraço ou um sorriso.
A sensação é que uma nuvem do mal está pairando sobre nós. Quando acessa o facebook, o que se vê são discussões desmedidas e quase ninguém enviando uma mensagem de paz. Nos notici
ários de TV, a mesma coisa, indignação e poucas palavras ou conselhos de como lidar com os problemas de forma positiva, saudável. A maioria das pessoas pensam apenas em vingança, em revidar o que receberam de ruim. O famoso ditado popular “olho por olho, dente por dente”. E esquecem que dessa forma todos acabarão cegos e banguelos.
E pensando em toda essa reação desenfreada da nossa sociedade, o que é ser justo? O que é justiça? E como ser justo com tantas situações avessas? Será que fazemos o que é justo com as pessoas a nossa volta? Dependendo da forma que tentamos fazer justiça podemos nos tornar justiceiros, será que estamos conscientes disso? E temos mesmo o direito de julgar, de ser justiceiro com relação a vida do outro? E é justo fazer justiça com as próprias mãos? Temos que repensar muitas das nossas ações. E o mais importante, mudar as atitudes que não nos fazem bem.
Ser justo não é fácil. Mesmo assim, devemos buscar ser imparciais aos assuntos que não são ligados diretamente à nós. E aos assuntos que tivermos envolvimento ser amigável, evitando acusações desmedidas, condenações infundadas.
Que antes de rebater alguma situação que não coincida com que cada um acredita ser certo. Cada um comece a ser correto em suas atitudes. Evitando confrontos, olhando pra pessoa ou a situação a sua volta com serenidade, buscando ver o bem. E muitas vezes, a ação do bem é ficar em silêncio, é não agir. Talvez, a vida de quem causou problema ou é considerado o incorreto não mude. Mas, pelo menos, saberei que fiz a minha parte. Não ajudei a piorar a situação.
Casal Multiracial.jpg Ilustração: Rogério Rocha (@gentilpirado)
Tudo na vida é uma questão de costume. E que comece hoje, agora, o uso de palavras e ações positivas. Especialmente nos momentos de conflitos: “SAWABONA SHIKOBA”. E que isso atraia mais pessoas com a mesma filosofia de vida.
E que a lição da tribo Zulu seja sempre reconhecida e reine a harmonia nos relacionamentos.



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