A arte de Mestre Didi

A arte de Mestre Didi

A arte de Mestre Didi 150 150 Marcos Passos
“A África não era uma página em branco antes da invasão colonial; Havia produzido conhecimentos e técnicas, além de obras de grande valor nos campos da arquitetura, escultura , música ,dança, poesia e literatura oral.”
 
 
 

Deoscóredes Maximiliano dos Santos (Salvador BA 1917). Escultor e escritor. Executa objetos rituais desde a infância; aprende a manipular materiais, formas e objetos com os mais antigos do culto orixá Obaluaiyê. Entre 1946 e 1989, publica livros sobre a cultura afro-brasileira, alguns com ilustrações de Caribé. Em 1966, viaja para a África Ocidental e realiza pesquisas comparativas entre Brasil e África, contratado pela Unesco. Nas décadas de 60 a 90, participa como membro de institutos de estudos africanos e afro-brasileiros e como conselheiro em congressos com a mesma temática, no Brasil e no exterior. Em 1980, funda e preside a Sociedade Cultural e Religiosa Ilê Asipá do culto aos ancestrais Egun, em Salvador. É coordenador do Conselho Religioso do Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira, que representa no país a Conferência Internacional da Tradição dos Orixás e Cultura. Descendente da nobreza africana, filho também único da mãe-de-santo Maria Bibiana do Espírito Santo, conhecida como Mãe Senhora .Além disso, Deoscoredes Maximiliano dos Santos (leia-se seu nome completo),era o mais antigo descendente no Brasil do reino africano no Ketu, atualmente ocupado pela Nigéria e Benin. Em Salvador ,ele fundou e preside o Ilê Asipá, sociedade de culto aos ancestrais. Como escritor ,escreveu vários livros, destacando-se “Ancestralidade Africana no Brasil”. À propósito,ele foi um dos principais premiados da Bienal da Bahia que, pela variedade de suportes, foi criado um módulo e uma nova tendência: Artes Decorativas a fim de premiá-lo fora das tendências pintura, gravura, desenho, escultura e objetos.Sua companheira de quase 45 anos, a antropóloga argentina Juana Elbein dos Santos, realiza um trabalho constante na elaboração teórica. A seguir, transcrevemos texto dela, que corresponde a uma síntese de sua análise crítica. elaborada especialmente quando da XXIII Bienal Internacional de São Paulo,da qual participou com Sala Especial, recheada de símbolos e signos que muito tem com sua terra de origem e o sincretismo das religiões brasileiras: “Mestre Didi é um sacerdote-artista. Integrado medularmente ao universo Nagô africano brasileiro que mamou dos peitos das mães africanas, cresceu e aprofundou, através de sucessivas iniciações, nos mistérios transcendentes da vida e da morte, nos segredos das identificações com os espíritos ancestrais – os egun – e comas entidades sagradas – os orixás”.
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