ANGOLA.

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ANGOLA. 1024 732 Marcos Passos

CULTURA E COSTUMES EM ANGOLA CULTURA Angola é um país onde existe uma variedade de hábitos e costumes culturas oriundo de povos de varias etnias, desde as danças, a musica, a língua, gastronomia, vestimentas etc. A esmagadora maioria dos angolanos — perto de 90% — é de origem bantu. O principal grupo étnico bantu é o dos ovimbundos que se concentra no centro-sul de Angola e se expressa tradicionalmente em umbundo, a língua nacional com maior número de falantes em Angola. Por seu lado, os ambundos, falando kimbundu, a segunda língua nacional com mais falantes, estabelecem-se maioritariamente na zona centro-norte, no eixo Luanda-Malanje e no Kwanza-Sul. O Kimbundo é uma língua com grande relevância, por ser a língua tradicional da capital e do antigo reino dos N’gola. Legou muitas palavras à lingua portuguesa e importou desta, também, muitos vocábulos. No norte (Uíge e Zaire) concentram-se os bacongos de língua kikongo que tem diversos dialectos. Era a língua do antigo Reino do Congo. Ainda nesta região, na província de Cabinda, fala-se o fiote. Os kiocos ocupam o leste, desde a Lunda Norte ao Moxico, e expressam-se tradicionalmente em tchokwe, língua que se tem vindo a sobrepor a outras da zona leste do país. Kwanyama ou oxikwnyama, nhaneca (ou nyaneca) e mbunda são outras línguas de origem bantu faladas em Angola. O sul de Angola é também habitado por bosquímanos, povos não bantus que falam línguas do grupo khoisan. De referir, ainda, a existência de um número considerável de falantes das línguas francesa e lingala, explicada pelas migrações relacionadas com o período da luta de libertação e pelas afinidades com as vizinhas República do Congo e República Democrática do Congo. Embora as línguas nacionais sejam as línguas maternas da maioria da população, o português é a primeira língua de 30% da população angolana – proporção que se apresenta muito superior na capital do país, enquanto 60% dos angolanos afirmam usá-la como primeira ou segunda língua. CARNAVAL EM ANGOLA Em Angola, desde os primórdios, o carnaval é festejado há mais de um século. Foi introduzido no nosso país pelos Portugueses e desde o limiar do ano de 1900, os Ndembu (Ambundo) manifestavam-se com danças e mascaras que correspondiam já ao carnaval. O carnaval teve sempre maior pujança em Luanda, sobretudo, no seio dos ilhéus e isso em parte deveu-se aos Nzau e Nzeto, (Cabindas e Solongos) quer transportaram para os axiluandas, a dança Muala de acção rítmica Semba, exibida em momentos recreação. De Luanda, a apartir dos musseques Kamama, Kapari e Mulenvo, saiu a dança de recreação espírita, denominada Kimuala que em dias de óbito, os daquelas zonas desciam até á zona litoral para junto dos axiluandas exibirem-se em gesto de solidariedade fraterna. As outras Províncias aonde se fazia sentir o carnaval são as do litoral, nomeadamente, em Cabinda, Zaire (Soyo), Bengo (Ambriz), Kwanza-Sul (Porto Amboim), Benguela (Lobito), Namibe, Malanje, Kwanza-Norte (Dondo e Ambaca). Com o início da luta armada de libertação nacional, em Fevereiro de 1961, as autoridades portuguesas não autorizavam o desfile livre do carnaval em Angola. Os poucos grupos carnavalescos e turmas que se atreviam a desfilar eram espancados pela polícia. O mesmo sucedeu em 1962. Num desses anos, criou-se o grupo carnavalesco “escola do semba” constituído maioritariamente por músicos, filhos de músicos e descendentes de foliões da Cidrália e dos invejados. Tinham como líder José Oliveira Fontes Pereira, que criou as canções, ensaiou os grupos vários meses para desfilar no carnaval seguinte. No entanto, o Grupo somente podia desfilar desde a sua sede, junto á igreja de S. Paulo até à Anangola, no início do Bairro Operário, junto do Bairro do Cruzeiro, onde a policia puxou puretes e castigou todos os bailarinos que não puderam fugir, sob ameaça de fogo. A meio da década de 60, o centro de informação e turismo de Angola (CITA) criou regulamentos e junto das câmaras municipais, dinamizou um carnaval ao seu jeito e para defesa das suas conveniências. Proibiram o uso das mascaras entre os elementos de cada grupo, passando a exigir que o desfile principal fosse na avenida da marginal, chamada então Paulo Dias de Novais, incrementaram então os corsos, corsos carnavalescos, corsos alegóricos que desfilavam nos espaços que separavam os grupos carnavalescos e incentivaram cada vez mais as festas de salão, entre outras acções. Nesse período, depois de Luanda, só o carnaval de Lobito, na província de Benguela, se destacou, chegando a ser considerado o mais animado e mais organizado carnaval de Angola. A câmara municipal fazia desfilar, na bela restinga e desde o início do Porto do Lobito à colina da saudade. As festas de salão foram nessa cidade as mais animadas. Artistas e conjuntos musicais foram contratados do Huambo, Lubango e Luanda, para animar ao longo de 10 anos, os bailes de carnaval de Lobito, Catumbela e Benguela. ​

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