Exu o imenso Infinito
Ancestralidade
culto se perdeu quase que por completo, tal fato ocorreu porque o culto representava um sério perigo ao poder dos homens. Aqui pretendo explicar superficialmente um pouco sobre cada uma das sabedorias.
A Morte
nsores e reguladores da ordem tradicionalista, do cuidado com o conhecimento, do folclore, da história e dos mitos. Os membros desta sociedade, desempenhavam múltiplas funções sociais. Os membros da Sociedade Orô, se preocupavam, com o adequado “respeito ao culto dos ancestrais”, mantendo-o vivo, por tanto, os membros desta sociedade se encarregavam de conseguir que os mortos fossem enterrados conforme determinados rituais apropriado e sua almas chegassem com segurança ao reino dos mortos, inclusive aquelas pessoa, que por infelicidade fossem mortas em acidentes ou tivessem mortes trágicas. Orô Aboluaje, é o título que se lhe dá e seu significado seria: “o que pode recolher da areia da vida o chefe dos feiticeiros”, é um espírito deificado dos homens. Orô recebe o nome de Ita e tem um companheiro com o qual lhe chama ao vento, seu nome é Irelê, com o qual caminha e se alimenta. Ele é representado por um filete, cuja confecção é um segredo e vive encima dele. Orô é chamado de Deus do mistério. Segundo o Odu Ogbe-Osa, onde disse que vagava pelo bosque e fundou o estado de Kwara, a deidade do segredo do retiro e do encanto. Na antiguidade a Sociedade Orô, estava vinculada à Sociedade Ogboni(Osugbo), eram os executores dos criminosos; quando um criminoso era condenado pela Corte Ogboni, eram os membros do Culto de Orô, os que executavam a sentença. Quando Orô, saía à rua durante a noite, os que não pertenciam a esta sociedade deveriam ficar recolhidos em suas casa ou corriam o risco de morrer. Eles estabeleciam “o toque de recolher”. Durante o ano havia de sete à nove dias dedicados as festividades de Orô, especialmente em lua nova, onde as mulheres teriam que permanecer trancadas dentro de suas casas, com exceção as poucas horas, em que era permitido saírem para diversos fins. No sétimo dia nem sequer isto seria permitido, sob rigorosa pena de morte. Deveriam permanacer trancadas, sem importar qual era seu status social ou título de nobreza. Quem desobedecia as regras desta sociedade era executado. Orô é uma das forças sobrenaturais que atuam durante a noite. Esta divindade trás prosperidade, mas ao mesmo tempo a destruição.
A Sociedade Orô é considerada entre os Iorubás a mais poderosa. Entre os Oyo e os Egba (cuja capital é Abeokuta) seu poder político supera as exigências religiosas. Orô possui o direito de vigiar se os governantes respeitam os preceitos morais divinos. Orô está basicamente a serviço dos espíritos dos mortos e por isso só aparecem de noite. Seu emblema é um pedaço plano de ferro ou madeira (sobre tudo de madeira de Óbó ou Kam, que as bruxas (Aje) não podem ver nem farejar, presa a um cabo com corda, o que a converte em uma madeira que zúmbi (emitindo um som todo particular ao ser manuseada). Cada Sociedade dispõe normalmente de dois tipos destes utensílios. Um é pequeno e se conhece com o nome de Ise (moléstia) e o tom estridente que produz, se conhece como Ajá Orô / Aaja Orò ( Cachorro de Orò / Vento de Orò = Orò Afefe Ikú! ). O outro provem dos madeiros grandes chamados Agbe (espada) e emite um tom surdo que é considerado como a mesma voz de Orô, este som anuncia que a morte está ameaçando alguém. Orò reproduz a voz dos mortos e por isso se diz que os mortos os chamam. A adoração de Orô deve ser realizada de preferência sob a Lua Nova. Os adeptos da sociedade, costumavam levar máscaras de madeira, porém estas não chegam a cobrir todo o rosto.
Oriki Orô
“Óró mà nì kó.
Óró mà jà kó.
Óró Tóhùn tíré síté.
Óró Óhùn Ótòhùn nì ímà wà kírì.
Ásè!”
Tradução
“Orô causa confronto.
Orô não me cause confronto.
Orô tem a voz do poder.
Orô tem uma voz que ressoa por todo o Universo.
ILE MOPE O O,
AKISALE MO PE O O,
ETIGBURE MO PE O O,
ASA MO PE O O,
ETI WERE NI TI EKUTE ILE,
ASUNMAPARADA NI TIGI AJA
EMI OMO RE NI MO PE O,
JEKI NWA LAAYE,
MAA JEKI NKU,
MAA JEKI NRI IJA IGBONA,
MAA JEKI NRI IJA ÒGÚN,
JOWO WA JEMI LONI,
KI O FIRE FUN MI
ÀSE TI ELEDUNMARE
ELEDUNMARE ÀSE.
Egungun eu te saúdo.
Terra te chamo,
Akisale eu te chamo,
Etigbure eu te chamo,
Asa eu te chamo,
Rato de casa sempre alerta,
Asunmaparada (uma espécie de animal) nunca seu lugar,
Eu seu filho, esta chamando,
Deixa me viver,
Não me deixa morrer,
Me proteja da fúria de Ògún,
Ouça meu clamor
Para você me dar bondade.
Axé do Senhor Supremo.
Benção do Senhor Supremo.
Ikú ayé, a kí ì bo òrun!
Mo júbà re Éégun mònrìwò.
Hei! Hei! Hei! Bàbá l’èsè awo ìfé.
Ikú l’onon, Ikú l’èhin,
Ikú ó, Ikú o!
Salve Ikú, Nós o saudamos e cultuamos no òrun!
Meus respeitos a ti Éégun ao ouvirmos o som de tua voz.
Hei! Hei! Hei! Pai que estás aos pés do culto do amor.
Ikú no caminho adiante, Ikú no caminho atrás,
Salve Ikú, Salve Ikú.
Gbàdúrà si Egúngún
Ìkú ònòn Ìkú lé èhin, Hei! Hei! Hei!
Bábá l’èsè awo ìfé
Pèlé-pèlé ó dára
A wò sílé, a dúpé,
Omo ni won dára
A wé Olúwa ìkú ó bàbá
A wúre, a wúre, Bàbá Olúkòtún.
A wúre, a wúre, Bàbá Alápáàlà.
A wúre, a wúre, Bàbá Igi.
A wúre, a wúre, Bàbá Igi-S’àwórò
A wúre, a wúre, Bàbá Alápoyò.
A wúre, a wúre, Bàbá Erin rin.
A wúre, a wúre, Bàbá Omo Orò ó mi tótóo.
A wúre, a wúre, Bàbá Isota isso.
A wúre ré èrin.
A wúre rìn rere.
Àse!
A Morte no caminho adiante, a Morte no caminho atrás, Hei! Hei! Hei!
Pai, estamos aos seus pés do culto de amor.
Gentilmente Eu vos saúdo, sois o bem.
Olhai para Nós e para nossa casa, agradecemos.
Façai com que vosso filhos estejam bem.
Envolvei-nos, Senhor da Morte e Pai.
Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem, Pai, Senhor do Lado Direito.
Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem, Pai, que tem o àlà ao seu lado.
Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem, Pai, Senhor das árvores.
Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem, Pai, Senhor das árvores a quem fazemos culto tradicional.
Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem, Pai, Senhor que traz alegrias.
Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem, Pai que caminha como o elefante.
Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem, Pai, Filho de Orò, perdoai-nos Senhor.
Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem, Pai, Pedra resistente que frutfica.
Desejai-nos o bem e façai-nos sorrir.
Desejai-nos o bem para que caminhemos no bem.
Assim seja!
Nkí Bàbá Olúkòtún
(Saudando o Senhor do Lado Direito)
K’òtún bájà dé o
K’òtún oba
K’ó sìn nkon se
Éégun ò pààràká
K’òtún nbo a’re
Gbà rú Olúsemòn
Olúkòtún Olóri Éégun
Éégun e ki to lésè Olórun
E Olúkòtún bàbá Éégun
N won nílé wa ní
N ará àiyé tàbí araalé
E Olúkòtún!
Saudamos o Senhor do Lado Direito, que chegou e lutou.
Saudamos o Rei do Lado Direito.
Saúdo aquele a quem servirei e farei as coisas.
Como um Éégun menos importante, que segue o mais importante.
Saudamos o Senhor do Lado Direito, cultuando-o estamos bem.
Faremos oferendas ao Senhor que tem a Sabedoria.
Senhor do Lado Direito, Cabeça (chefe) dos Egúngún.
Éégun, saudamos aquele que está aos pés de Deus.
Senhor do Lado Direito, Pai Éégun.
Que com os demais está em nossa casa,
Com os espíritos da Terra ou com os Ancestrais da Família.
Nkí Bábá Éégun
(Saudando Bàbá Éégun)
Éégun a yè, a kíì gb’òrun,
Mo júbà re Éégun mònrìwò
Í dé mi ó kí e Egúngún
Ìkú gbálé sálè
A si ìwà
Ìkú tu gon
Àse fún wa.
Salve Éégun, saudamos aqueles que vivem no céu.
Meus respeitos a ti Éégun ao ouvirmos o som de tua voz.
Chega-te a mim, aquele que te saúda Egúngún.
Que a Morte seja varrida para a terra.
Que vejamos a existência.
Que a Morte seja acalmada (aplacada) e cortada.
Que assim seja, para nós!
Gbàdúrà ti Éégun
(Reza de Éégun)
Ìkú són a lè
Níbi Bàbá Alápáàlà.
Ìkú don ohun bàbá
Ó kí s’àlà ojú wa
Ní ìfé agà to ní gbè
Osó Ìkú a fó a wé to
Ìkú á lè, ìkú á lè, Ìkú àjò!
Morte, fique amarrada na terra
Aqui, Pai que tem o àlà (o pano branco) ao seu lado
Contra feitiços, a Morte e outras coisas.
Pai, ponha o àlà e o olhar sobre nós.
Tenha amor e que estejamos aptos à proteção
Contra os feitiços da Morte, eleve-nos e envolva-nos bastante.
Morte na terra, Morte na terra, Morte viaje (vá embora)!
Gbàdúrà ti Egúngún
(Reza de Egúngún)
Bàbáláàse se yìn se Ìkú
Olúwà kòtún
K’òtún a sáà nun gó-n-gó
Ìkú a dé.
Pai detentor do axé, podeis quebrar (abrandar) a Morte.
Senhor da existência, saudamos o Lado Direito.
Saudamos o Lado Direito certamente ficaremos limpos.
Que a Morte nos seja branda.
Ancestralidade
Culto a Iami
Continua…
Orin Iami
“Ápàkì íyéíyé Ósóróngà, ápàkì íyéíyé Ósóróngà
Íyà mó kì á mònmòn pá nì, íyà mó kì á mònmòn sóró
Bà ábà dé wàjù wànì, bónì.”
Tradução
“Possuidora de asas magníficas minha graciosa mãe Oxorongá,
possuidora de asas magníficas minha graciosa mãe Oxorongá
Eu a saúdo, não me mate minha mãe, eu saúdo minha mãe, não
me cause problemas
Se você vem próximo de nós, nos proteja.”
Continua…
“Mãe, proteja-me, eu irei ao rio, não permita Éméré seguir-me
em casa.
Mãe, proteja-me, eu irei ao rio, não permita que uma criança
amaldiçoada siga-me em casa.
Mãe, proteja-me, eu irei ao rio, não permita que uma criança
estúpida siga-me em casa.
Ólùgbón morreu e deixou filhos atrás dele. Árégá morreu e
deixou filhos atrás dele. Ólùkóyì morreu e deixou filhos atrás
dele.
Eu não poderia morrer sem deixar filhos atrás de mim. Eu não
poderia morrer de mãos vazias, sem descendentes.”