Incorporação Consciente e semi consciente…

Incorporação Consciente e semi consciente…

Incorporação Consciente e semi consciente… 150 150 Marcos Passos


Perguntaram-me sobre Mediunidade, aproveitando a minha resposta resolvi colocar este tema tão questionado em nosso grupo de Candomblé.
Vou falar sobre os tipos de Mediunidade que nós  temos.
Existe a Mediunidade inconsciente, a semi consciente e a consciente.
A Mediunidade consciente é a mais obtida por todos os médiuns, principalmente quando falamos no Kardecismo, mas também ocorre com os nossos OMO ÒRÌSÀ KON, principalmente quando não são Iniciados.
A Mediunidade semi consciente ocorre para muitos dos nossos OMO ÒRÌSÀ KON , embora a maioria minta e fale que são inconsciente. A semi consciente é aquela onde depois de um atendimento, você tenta puxar na mente o que a entidade falou e não consegue se lembrar de praticamente nada, ou se lembra somente de partes do atendimento. Muitos filhos de santo, acabam se afastando da religião justamnete por isso, eles acham que não estão incorporados, que não possuem o dom e pela falta de informação e orientação se afastam da sua missão. CUIDADO o que não falta na nossa religião são pessoas mentirosas e que ficam inventando história para se colocar acima das entidades!!!
A Mediunidade inconsciente é a que todos nós OMO ÒRÌSÀ KON queremos obter, mas que poucos REALMENTE conseguem.
O que te posso dizer é que tudo depende da Iniciação “ correta” dos OMO ÒRÌSÀ KON, depende da Fé, Respeito, Amor, Compreensão e Aceitação da nossa Liturgia bem como a integração com o nosso ÒRÌSÀ ORÍ e o nosso ÒRÌSÀ ÈLÉÈDÁ. Depende do que o nosso destino o nosso “Karma” nos determinou, depende dos nossos anos de feitura, ainda assim é raro, garanto que é, mas muitas mães de santo, zeladoras e zeladores falarão que isso não é verdade, acham que se falarem que são semi inconsciente estarão se colocando abaixo de sua responsabilidade!!!
Quanto a uma outra pergunta que muitos ÌYÀWÓ fazem sobre se a Mediunidade Consciente caminha para a Inconsciente isto como já disse vai depender o próprio ÌYÀWÓ, da sua caminhada pela Religião com o seu coração disposto a aceitar com Fé, Responsabilidade, Respeito, Entendimento e Amor em seus ÒRÌSÀ e em seu ÒRÌSÀ ORÍ; não há “importância” nesta falta de Inconsciência em uma mediunidade que poderá ficar Consciente por toda a vida, e sim temos que ter consciência deste fato e sermos honestos para conosco e para com todos da nossa Casa Templo, com também para com os nossos amigos que ainda não são INICIADOS; não INVENTANDO esta INCONSCIÊNCIA.
Também tenho que dizer que em uma Iniciação há três momentos em que o futuro ÌYÀWÓ  pode obtér“ realmente” a Incorporação Inconsciente, pois antes destes atos a Incorporação acontece “ CONSCIENTE”:
1- Quando o ÀBÍON for fazer ato do FÁRÍ ÈKINNÍ ( primeira raspagem deste futuro ÌYÀWÓ ou como muitos chamam de ORO PEQUENO) ao termino deste é pendurado o ÌLÉKÉ. Quem fez o Santo sabe do que estou falando, tente se lembrar de tudo e veja se é capaz!!!
2- Quando este ÀBÍON agora um ÌYÀWÓ for fazer o ato da FÁRÍ EKÉJÌ ( segunda raspagem, ou seja, o ORO GRANDE), aonde todos os ÒRÌSÀ deste ÌYÀWÓ irão ser assentados, e, são ofertados a estes ÒRÌSÀ todos os elementos ritualísticos para que estes possam ter sua energia positiva veiculada com a transmissão de Àse; em um momento deste ato este ÌYÀWÓ também obterá a sua Incorporação inconsciente.
3-Quando no dia do SÍ NJÓ ( dia da dança), dia do HUN, dia do ORÚKO, é exatamente nesta saída em que o ÒRÌSÀ nos traz o seu ORÚKO,  alguns  ÌYÀWÓS também obtém a sua Incorporação inconsciente. Mas a maioria são totalmente conscientes nesse dia, principalmente quando não tinham incorparado antes com seu orixá.

Unanimemente, quando se fala de Orixá, estamos falando de um assunto secundário, pois, o assunto primário é o Orí. Para compreender o que o Orixá faz em nossas vidas, devemos primeiramente entender qual é o papel do nosso Orí.
O que é o Orí? Qual é o papel de nosso Orí?
Muitos falam que é simplesmente a nossa cabeça. Outros dizem que é a morada de nosso Orixá. Essas duas definições são superficiais e descontextualizadas.
Orí, na grande realidade é nossa energia pessoal, singular e intransferível. É o coletivo de todas as nossas características com alto grau de inalienabilidade. É um universo único, próprio para cada ser.
A cultura Ioruba nos ensina que o deus primordial em todas as hipóteses é o nosso próprio Orí. Quando se fala puramente de Orí, nada se tem haver com outras energias. Até mesmo Orixá. Orí é uma espécie de deus. Nada se iguala. É o deus mais diferente do planeta. Logo, somos nossos próprios deuses.
O nosso Orí é a caixa central de todas as nossas informações. Digamos que é nosso “Central Processing Unit”. Diferentemente de nosso Odú – Random Access Memory; e de nosso Orixá – Disco Rígido.
O nosso Orí é formado conotativamente pelos quatro elementos do mundo da magia Ioruba: Ayè, Isò, Omí e Èmí. Cada um desses elementos possuem seus significados próprios, sendo respectivamente: materialidade, força do movimento, sentimentos e emoções e pensamentos e reflexões. Tudo isso em conjunto, somado com nosso Odú e nossa singularidade (atributo concebido diretamente de Olodumare, ou Oluwá Nláòkán) – resulta em nosso Orí.
A forma com que o nosso Orí reage à recepção dessas informações é que nomeamos de Orixá.
Orixá é o nome que se dá à forma que nosso Orí reage ao receber essas energias.
Por isso temos esse nome conotativo: Orixá = Orí + Ixá = Anjo Guardião da Cabeça.
Esse “anjo guardião” é o fator resultante das recepções energéticas. Não é necessariamente um ser invisível, como o Espírito Santo, da Sagrada Trindade Católica, que nos protege de todo mal. Orixá é o nosso perfil psicológico.
Com isso, podemos asseverar com extrema precisão que, o êxtase ou o “transe” de Orixá é algo que vem de dentro. Não é algo que vem de fora… Não é algo que se recebe. Orixá é exalado… Expelido. Quando entramos em êxtase com nosso Orixá, nos tornamos um vulcão e o Orixá – seu magma.
Por isso, eu afirmo sem dúvidas e sem medo, que nós temos apenas um Orixá. Não temos juntó, nem terceiró, nem quateiró, nem quinteiró… Temos apenas um Orixá. Temos apenas um perfil psicológico (a não ser que a pessoa tenha dupla personalidade kk).
Então, iremos
chamar o Orixá de DIVINDADE.
Agora… Falando sobre as energias exteriores, inicialmente iremos chamá-las de ENTIDADES.
Vejam que há uma grande, enorme diferença entre DIVINDADE & ENTIDADE. A primeira definição nos remete a compreensão de que – tal energia vem de dentro… É uma energia interior. Já a segunda – uma energia que vem de fora… Uma energia exterior.
A umbanda foi fundada aqui no Estado do Rio de Janeiro, por Zélio Fernandino de Moraes, através do Caboclo Sete Encruzilhadas, com uma única finalidade: cultuar os nossos ancestrais… Cultuar as ENTIDADES.
Essas entidades as quais o caboclo se referiu são DENOTATIVAMENTE os nossos antepassados: Europeus, Ameríndios e Africanos.
As entidades européias ficaram conhecidas como “Padrinhos e madrinhas “ – os vulgos “Exus Catiços e Pombagoras”.
As entidades locais: os ameríndios – ficaram conhecidas como “caboclos e caboclas”.
Os africanos como os “pretos-velhos”.
No culto tradicional referente ao candomblé, não temos somente a devoção pelos Orixás. Temos também a devoção por nossos ancestrais, conhecidos como “Babás Egúngúns”.
Pra quem não sabe, a palavra “Ègún” significa “Osso”. Não necessariamente para representar um cadáver, mas sim, para dizer conotativamente que os ancestrais são a estrutura de nossas vidas, assim como os ossos são as estruturas de nosso corpo.
Então, na minha opinião, sem dúvidas alguma – todos e quaisquer candomblecistas podem sim cultuar os nossos ancestrais.
Só que acontece uma coisa: nenhuma passagem Ioruba, em seus ensinamentos, fala sobre a possessão de energias exteriores para dentro de um Orí. Fala sim sobre o culto, mas não menciona a tal incorporação.
Sim, os ancestrais existem. A incorporação deles não.
Como eu havia dito antes, o nosso Orí é um conjunto de características próprias e inalienáveis. Não acredito em incorporação.
É extremamente formidável que se saiba separar essas energias.
Orixá… DIVINDADE vem de dentro e é apenas um. Para vida toda. Apenas um!
Ancestral, ENTIDADE influencia… Vem de fora… É exterior. É a energia de outra pessoa que morreu na matéria.
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