Obi é um elemento muito importante no culto de Òrìsà. A noz de cola, Obi, é o símbolo da oração no òrun (céu).
É um alimento básico e toda vez que é oferecido, seu consumo é sempre precedido por preces.
Foi Òrúnmìlá quem revelou como o Obì (a noz de cola) foi criada.
Quando Olódùmarè descobriu que as divindades estavam lutando umas contra as outras, antes de ficar claro que Èsù era o responsável por isso, Ele decidiu convidar as quatro mais moderadas divindades (A Paz, a Prosperidade, a Concórdia e Ayè, a única divindade feminina presente), para entrarem em acordo sobre a situação….
Eles deliberaram longamente sobre o motivo de os mais jovens não mais respeitarem os mais velhos, como ordenado pelo Deus Supremo.
Todos começaram então a rezar pelo retorno da unanimidade e equilíbrio. Enquanto estavam rezando pela restauração da harmonia, Olódùmarè abriu e fechou sua mão direita apanhando o ar.
Em seguida abriu e fechou sua mão esquerda, de novo apanhando o ar.
Pós isso, Ele foi para fora, mantendo Suas mãos fechadas e plantou o conteúdo das duas mãos no chão.
Suas mãos haviam apanhado no ar as orações e Ele as plantou. No dia seguinte, uma árvore havia crescido no lugar onde Deus havia plantado as orações que Ele apanhara no ar.
Ela rapidamente cresceu, floresceu e deu frutos.
Quando as frutas amadureceram para colheita, começaram a cair no solo.
Ayè pegou-as e as levou para Olódùmarè, e Ele disse a ela para que fosse e preparasse as frutas do jeito que mais lhe agradasse.
Primeiro, ela tostou as frutas, e elas mudaram sua textura, o que as deixou com gosto ruim.
No outro dia, Ela pegou mais frutas e as cozinhou, e elas mudaram de cor e não podiam ser comidas.
Enquanto isso, outros foram fazendo tentativas, no entanto todas foram mal sucedidas.
Foram então até Olódùmarè para dizer que a missão de descobrir como preparar as nozes era impossível.
Quando ninguém sabia o que fazer, Elénini, a divindade do Obstáculo, se apresentou como voluntária para guardar as frutas.
Todas as frutas colhidas foram então dadas a ela.
Elénini então partiu a cápsula, limpou e lavou as nozes e as guardou com as folhas para que ficassem frescas por catorze dias.
Depois, ela começou a comer as nozes cruas.
Ela esperou mais catorze dias e depois disso percebe
u que as nozes estavam vigorosas e frescas.
u que as nozes estavam vigorosas e frescas.
Após isso, ela levou as frutas para Olódùmarè e disse a todos que o produto das preces, Obi, podia ser ingerido cru sem nenhum perigo.
Deus então decretou que, já que tinha sido Elénini, a mais velha divindade em Sua casa quem conseguiu decodificar o segredo do produto das orações, as nozes deveriam ser dali por diante, não somente um alimento do céu, mas também, onde fossem apresentadas, deveriam ser sempre oferecido primeiro ao mais velho sentado no meio do grupo e seu consumo deveria ser sempre precedido por preces.
Olódùmarè também proclamou que, como um símbolo da prece, a árvore somente cresceria em lugares onde as pessoas respeitassem os mais velhos.
Naquela reunião do Conselho Divino, a primeira noz de cola foi partida pelo Próprio Olódùmarè e tinha duas peças.
Ele pegou uma e deu a outra para Elénini, a mais antiga divindade presente.
A próxima noz de cola tinha três peças, as quais representavam as três divindades masculinas que disseram as orações que fizeram nascer à árvore da noz de cola.
A próxima tinha quatro peças e incluía assim Ayè, a única mulher que estava presente na cerimônia.
A próxima tinha cinco peças e incluiu Òrìsà-Nla.
A próxima tinha seis peças representando a harmonia, o desejo das orações divinas.
A noz de cola com seis peças foi então dividida e distribuída entre todos no Conselho.
Ayè então levou a noz de cola para a Terra, onde sua presença é marcada por preces e onde ela só germina e floresce em comunidades humanas onde existe respeito pelos mais velhos, pelos ancestrais e onde a tradição é glorificada.